'MEUS 18 ANOS' por Karin Szapiro

 

Colunista especial convidada : por Karin Szapiro


Minha jovem filha, na inocência, me disse essa semana que eu era linda na sua idade, mais linda do que hoje. Verdade. Fiquei pensando e concluí que eu não poderia me comparar com uma garota de 18, nem comigo mesma aos 18.

Dezoito é uma idade incrível, é chai - vida. Você não tem mais o cheiro de leite da infância, mas ainda não tem o peso da vida adulta. Como diz meu marido, os boletos.
Tenho recordações ótimas de estar dirigindo o meu Ford Excort XR3 preto, que eu ganhei de segunda mão, herança do meu irmão, ouvindo Phil Collins feito louca, a todo volume. Ai que delícia de lembrança, sinto até o vento bater e esvoaçar os meus cabelos compridos.
Dezoito anos só acontece uma vez na vida. Quem aproveitou, aproveitou, quem não, so sorry. Penso que eu não poderia competir comigo aos 18, com aquela arrogância típica dos jovens inocentes. No quesito “juventude” seria impossível, a menos que eu fosse personagem daquele filme “O Curioso Caso de Benjamin Button”, estrelado por Brad Pitt.
Pensando bem, me considero bem mais interessante hoje. Deixando a inocência para trás, sou imperfeita sim, porém infinitamente mais complexa e apurada, mais mulher.
Não posso competir comigo mesma, mas posso me refinar e seguir em frente, orgulhosa da pessoa que me tornei.

Ilustração da talentosa amiga artista, Virna Levin.



Karin Szapiro é psicanalista, casada, mãe de 3 lindos loiros, ama escrever e viajar pelo mundo de fora e de dentro.


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