'O drama de mães, a angústia dos filhos, a pressão sobre os professores, afinal, é possível lidar com as aulas online com mais serenidade ?'
Esse é o tema do
momento sem dúvida alguma.
As aulas online se tornaram um ponto nevrálgico prá uma grande
parcela da população já que atinge pais, filhos, professores e educadores em
geral.
Vou começar abordando o tema falando sobre as mães, que
parecem ser as mais afetadas. Com um filho já é difícil, com dois ou mais, a
sensação é de desorganização e incapacidade total.
Existem aqui algumas questões envolvidas e variantes que
fazem diferença no impacto dessa nova realidade. Entre elas estão : a relação
do casal (no caso os pais dos alunos), a questão financeira, também tem aquelas
mulheres que são sozinhas e carregam a casa nas costas, tem a questão dos
limites emocionais de cada mãe, e por aí segue uma conjunção de cenários
diferentes.
A primeira coisa que tenho a dizer prá essas mães é que elas
não estão sendo avaliadas como boas mães ou melhores mães ao terem que lidar
com as aulas online.
Tem dias que atividades vão se perder no meio do caminho,
tem dias que a paciência prá qualquer tipo de ajuda não vai existir.
E um dos principais componentes que determina o nível de
stress nas mães é a famosa e temida COMPARAÇÃO. Não se comparem a outras mães e
não comparem seus filhos a outros filhos, nem seus nem de outros. Tem gente que
dá conta de uma coisa mais facilmente que eu ou você. Tem crianças que por
natureza lidam melhor com mudanças. Que se adaptam mais facilmente. E o
contrário também é verdadeiro.
Então minha dica prá
mães é : se permitam não serem as melhores, nem as perfeitas, muito
menos professoras. Respeitem seus limites. Conversem com seus filhos sobre
esses limites. Façam o que podem, porque já tem um acúmulo de responsabilidades
e preocupações.
As aulas online não podem virar um trauma na vida de
ninguém, muito menos essa relação com estudar e aprender.
E como ajudar os filhos quando eles ficam angustiados ?
Primeiro acolham. Pode ser através de um abraço bem apertado, um carinho, ou
apenas um olhar super empático quando notarem o sofrimento neles. Depois
busquem fazer com que expressem o que estão sentindo. Nessas horas a troca é
importante. Se os pais falam como se sentem, os filhos vão se sentir aliviados e assim também vão se sentir à vontade prá desabafar
do jeito deles.
É muito importante acolher e compreender, mas sem sentir
pena. Eles precisam sair disso mais fortes, mais autônomos e não vitimizados.
Encontrem juntos um formato que ajude na organização da
rotina. Um lugar fixo prá estudar e fazer lições, com horários, com material
organizado. A organização externa ajuda muito na organização interna.
E os professores ? Também pegos de surpresa, estão passando
por desafios imensos. A grande maioria nunca se preparou para aulas online.
Precisaram reestruturar conteúdo e formato em tempo recorde. Sentem falta dos
alunos em uma sala de aula Além dos
desafios pessoais que enfrentam em suas realidades, como cada um de nós.
Professor tem família, tem que pagar contas, tem seus medos, enfim !
Prá que todos sobrevivam unidos nesse momento, é crucial que
ao mesmo tempo que levem a sério as aulas online, exista uma boa dose de
empatia de todos os lados.
Pais, tentem nunca reclamar dos professores e da escola na
hora do stress e da ‘raiva’, porque isso mexe muito com a relação dos
filhos/escola/aprendizagem. Se estiver difícil, mande um email pro professor ou
prá coordenação da escola, explique que está difícil em casa, e compartilhem
essas dificuldades.
Professores, coordenadores, sejam compreensivos com
iniciativa. Se antecipem, perguntem aos alunos como se sentem ao mesmo tempo
que dão as aulas. Busquem perceber quando estão mais tristes, mais chateados,
estimulem os alunos a compartilhar prá que percebam que não estão sozinhos.
Pais e educadores, estimulem as crianças a conversarem entre
si. Elas podem se ajudar muito expressando as dificuldades que tem ou as
emoções estão sentindo.
A escola é a segunda casa de nossos filhos. Precisamos
juntos preservar essa casa e essa relação pra que eles tenham prá onde voltar
da forma mais saudável possível. Escolas e famílias precisam caminhar juntas em
nome do futuro de todos !
Que seja uma fase de crescimento através do sofrimento. Que
esse sofrimento sirva para aprendermos o valor de tudo com mais verdade e
profundidade !
Stella Azulay é Jornalista e Coach Comportamental com especialização em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental.
É Diretora na XD Education responsável pelo Departamento de Humanização e criou o CASE - Centro de Apoio Sócio Emocional no departamento da empresa.
É mãe de 4 filhos e está escrevendo seu primeiro livro 'Educar é prá quem tem coragem'.
Stella Azulay é Jornalista e Coach Comportamental com especialização em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental.
É Diretora na XD Education responsável pelo Departamento de Humanização e criou o CASE - Centro de Apoio Sócio Emocional no departamento da empresa.
É mãe de 4 filhos e está escrevendo seu primeiro livro 'Educar é prá quem tem coragem'.
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